Obcecada por literatura e as viagens a outros mundos que ela oferece. Louca por dias chuvosos, café quentinho (sem açúcar) e meus sete gatos.
Procrastinadora e preguiçosa, mas ávida por bons livros. Escritora de vez em quando.
Acredito em duas soluções: uma taça de vinho ou uma xícara de café. Sim, eu falei em café duas vezes (agora três) só para falar sobre mim.
Depressiva em tempo integral, feliz nas horas vagas, entusiasta de Bukowski o tempo inteiro.
E-mail para contato: cronicas@josianarezzardi.com.br
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"Dizem que finjo ou minto tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação. Não uso o coração. Tudo o que sonho ou passo, o que me falha ou finda, é como que um terraço sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda. Por isso escrevo em meio do que não está de pé, livre do meu enleito, sério do que não é. Sentir? Sinta quem lê". - Fernando Pessoa
"Eu poderia contar outras histórias, mais felizes e intensas, mas não valeriam a pena. Nós inflacionamos a felicidade. Ela está por aí, gasta, em propagandas de Campari, em outdoors de pastas de dente, em livros, filmes, melodias e novelas das seis. Nenhuma felicidade real chega aos pés dessa que criamos. A única felicidade possível, acredito, é a promessa de felicidade. Já não há mais espaço para happy ends. Só para happy beginnings. Esse é o meu. (...) Não tenho a menor ideia do que pode acontecer, mas agradeço à vida por ter me enviado esse "presente ambíguo: uma possibilidade de amor". Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome". - Antonio Prata
"Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui, continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada". - Caio F. Abreu
“-Oi-tudo-bem-e-aí-tô-ligando-pra-saber-se-você-vai-fazer-alguma-coisa-hoje-à-noite. Como se a gente tivesse obrigação de fazer alguma coisa toda noite. Só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a qualquer preço nos fins de semana, pode? Tenho vontade de dizer nada, não vou fazer absolutamente nada. Só talvez, mais tarde, se estiver de saco muito cheio, tentar o suicídio com uma dose excessiva de barbitúricos, uma navalha, um bom bujão de gás ou algo assim. Se você quiser me salvar, esteja à gosto, coração.” - Caio F. Abreu
"Decidi ficar na cama até o meio-dia. Talvez então a metade do mundo estivesse morta e ele seria metade menos difícil de enfrentar. (...) Eu estava sozinho comigo mesmo. E, por mais repugnante que fosse, era melhor do que estar com alguém, qualquer um, todos lá fora fazendo seus pequenos truques e piruetas". - Charles Bukowski
"Minha idéia era escrever uma frase, uma única frase perfeita. Se pudesse escrever uma frase boa, escreveria duas, e se pudesse escrever duas, escreveria três, e se pudesse escrever três, escreveria para sempre. Mas e se eu falhasse? E se eu tivesse perdido meu belo talento? (…) Tinha dezessete dólares na carteira. Dezessete dólares e o medo de escrever". - John Fante
"Tudo mais te pinicando, te ferindo, despedaçando. E nada era interessante, nada. As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais. E eu teria que viver com esses putos pelo resto de minha vida, pensava". - Charles Bukowski
"Esperamos e esperamos. Todos nós. Não saberia o analista que a espera é uma das coisas que faziam as pessoas ficarem loucas? Esperavam para viver, esperavam para morrer. Esperavam para comprar papel higiênico. Esperavam na fila para pegar dinheiro. E, se não tinham dinheiro, precisavam esperar em filas mais longas. (...) A gente tinha de esperar na sala de espera do analista com um monte de doidos, e começava a pensar se não estava ficando doido também". - Charles Bukowski
"Frequentemente, os melhores momentos na vida são quando a gente não está fazendo nada, só meditando, ruminando. Quer dizer, a gente pensa que todo o mundo é sem sentido, aí vê que não pode ser tão sem sentido assim se a gente percebe que é sem sentido, e essa consciência da falta de sentido já é quase um pouco de sentido. Sabe como é? Um otimismo pessimista". - Charles Bukowski
"Como de vez em quando acontece, um momento se instalou ali e ficou pairando. O som cessou, e o movimento parou - por muito, muito mais do que um momento. Então, gradualmente, o tempo acordou de novo e prosseguiu se arrastando". - John Steinbeck
"Ein jeder Engel ist schrecklich" - As Elegias de Duíno, Rilke
"Há sempre uma estrada em qualquer lugar, para qualquer pessoa, em qualquer circunstância". - Jack Kerouac
"A outra dava risadas pendurada na sua liberdade como num balão colorido. Ela sai pela noite e ri sem pudor no vento, enquanto eu medíocre fico de olhos aberto no escuro pensando na minha cama. Agora, aos poucos, cada dia mais vezes percebo que ela me sequestra para fora do trivial, deste considerado obrigatório e normal, e me deixa ser, também eu, por alguns momentos, a mulher proibida". - Lya Luft